Na cidade do Recife é sábado de carnaval.
Uma simpática alegoria ao bloco mais famoso e maior do Brasil. Quem experimentou acordar cedo e sair no Pinto do Galo da Madrugada, não vai perder de brincar nos anos subsequentes.
Os organizadores chegam e já começam a distribuir a famosa cabeça de galo, um acepipe dos boêmios e farristas em fim de noite ou ao alvorecer, a fim de recuperarem as energias.
Os ingredientes básicos são: ovos, farinha de mandioca, cebola, tomates, temperos verdes, azeite, sal, pimenta ou pimenta do reino e água, levados ao fogo para tornar-se um pirão semi-líquido servido em pequenos recipientes. Dependendo dos objetivos para os quais é servida, a cabeça de galo poderá ser acompanhada de cerveja gelada, cachaça ou ambas as bebidas. Desjejum dos mais tradicionais e de efeito rápido e duradouro ela ajudará a manter acesos os foliões que acordarão Recife ao som da orquestra de frevos, da cantoria e da poesia de Ascenço Ferreira, patrono da agremiação, que lhe homenageia anualmente repetindo um dos seus poemas, escolhido e recitado com maestria por um de seus fundadores. (Pedro)
Recife faz cem anos de frevo neste carnaval de 2007. Centenário de um ritmo que teve seus altos e baixos, mas que definitivamente o pernambucano aprendeu a se orgulhar, defender e difundir.
Por fim, após frevar no Pinto do Galo, vem aquela sensação de encantamento e de que a cidade é nossa.
O encantamento faz-se deslumbramento, os sonhos viram fantasias multicores, as emoções viram prazeres, os desprazeres, viram canções de lamento, de esperança e de glória.
A cidade revive os antigos foliões e, prossegue legando aos novos foliões e turistas o rito de uma catarse que de tão espontânea e coletiva revigora e enternece os corações.
Waldir Pedrosa Amorim
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