Os lucros da Gazprom afundaram 41% para seis mil milhões de dólares, entre janeiro e março, na primeira fase da crise na Ucrânia. Nessa altura, o gigante russo tinha reduzido os preços do gás a Kiev, em apoio ao então presidente Viktor Ianukovich.
Desde então, a situação degradou-se. Devido ao diferendo sobre os preços, Moscovo cortou o abastecimento a Kiev.
A empresa russa já contabilizou perdas de quase dois mil milhões de dólares relativos à uma parte da fatura que a Ucrânia não pagou.
Em pleno conflito do gás, a Polónia revela uma redução no abastecimento da Gazprom nos últimos dias, o que obrigou o país a aumentar as importações da Alemanha e República Checa.
O porta-voz da companhia polaca PGNIG, Rafal Pazura, revela: “Na quarta-feira a redução foi de 45% , segundo os dados fornecidos. É difícil apontar as razões, porque a Gazprom ainda não respondeu à nossa carta, não temos reações. Acreditamos que se deve apenas a problemas técnicos”.
A Eslováquia anuncia também uma redução, na ordem de 10%.
Em Bruxelas, com novas sanções a entrarem em vigor contra a Rússia, teme-se uma nova crise do gás, como já aconteceu no passado.
A Comissão Europeia afirma que vai tentar apurar as razões da queda no abastecimento à Polónia.
A porta-voz Marlene Holzner revelou ainda que está prevista uma nova reunião para discutir o assunto: “Fomos de facto informados pelas autoridades polacas de que há uma redução do fluxo de gás da Rússia. Nas discussões gerais sobre o diferendo do gás, propusemos uma nova data para uma reunião tripartida: os parceiros russos, os ucranianos e nós. Será a 20 de setembro em Berlim”.
A Gazprom nega qualquer queda nas exportações, mas tinha ameaçado reduzir o abastecimento aos países europeus que revendessem gás à Ucrânia. É o caso da Polónia e da Eslováquia.