Com 269 votos a favor e 244 contra, o governo socialista de Manuel Valls recebeu o voto de confiança do parlamento francês. Criticado no seio do próprio PS, o primeiro-ministro, que viu 31 deputados do seu partido absterem-se, diz-se pronto a continuar o trabalho.
Manuel Valls explicou: “Se, em conjunto com o presidente da república, quisemos pedir um voto de confiança, foi para continuar a nossa rota, a rota da recuperação económica da França. Se não o tivéssemos feito, durante dias e semanas inteiras, o questionamento sobre a capacidade da maioria para continuar o seu trabalho teria estado no centro dos debates.”
Antes do voto no parlamento, Valls fez um discurso de política geral no qual detalhou o programa do governo. Um governo que, para a oposição conservadora, perdeu a credibilidade.
“É um fracasso”, afirma o líder da bancada parlamentar da UMP, Christian Jacob, que continua: “Valls perdeu a maioria absoluta. Em relação ao primeiro governo, são 37 votos a menos e, sobretudo, ficou abaixo dos 289 votos, ou seja, o governo perdeu a maioria. Só tem uma maioria relativa. Quando, há pouco, eu disse que os dias de Manuel Valls estavam contados, é porque estão realmente contados”.
De facto, Christian Jacob tem razão: o primeiro governo liderado por Valls passara no teste parlamentar com 306 votos a favor.
Para endireitar a França, Manuel Valls recusa uma política de austeridade ou abolir as 35 horas de trabalho semanal. O primeiro-ministro prometeu ainda uma redução dos impostos, no próximo ano, para seis milhões de franceses e uma revalorização das pensões de velhice.