O perfil de alguns dos candidatos a comissários europeus causou surpresa, como é o caso do britânico Jonathan Hill. Espera-se, assim, alguma polémica nas audições no Parlamento Europeu, entre 29 de setembro e 7 de outubro.
Um eurodeputado dos Verdes, Philippe Lamberts, questionou: “Será que queremos confiar a regulação do setor financeiro a um antigo lobista vindo do Reino Unido? Obviamente, ele foi escolhido pelo governo britânico para proteger os interesses do mercado financeiro de Londres”.
A escolha do húngaro Tibor Navracsics também é algo polémica, dadas as críticas de Bruxelas à forma como Budapeste controla as liberdades políticas e civis.
Philippe Lamberts volta a perguntar: “Como é que o comissário enviado por Viktor Orbán fica com a pasta da cidadania europeia? É um governo que despreza a cidadania europeia. É mais um caso estranho”.
No caso da ex-primeira-ministra eslovena Alenka Bratusek está em causa a forma como foi indicada e o seu currículo.
Mas o líder do grupo dos eurodeputados socialistas, Gianni Pittela, refere que “não podemos decidir de antemão. Primeiro têm que ser feitas as audições, seguidas de avaliação final pelos eurodeputados. Só depois é que se vota contra ou a favor de um comissário ou se pede para alterar a distribuição das pastas”.
O candidato espanhol também ficou na berlinda quando foi indicado para a pasta das alterações climáticas, já que Miguel Arias Cañete tinha interesses na indústria petrolífera.
O líder do grupo de centro-direita, Manfred Weber, argumenta que “não fazemos pré-julgamentos. A todos os comissários será dada uma oportunidade, independentemente do seu passado ou da pasta que lhes foi atribuída”.
A escolha do francês Pierre Moscovici para os assuntos económicos também surpreendeu face à incapacidade da França para cumprir as metas de défice impostas por Bruxelas.