O processo de paz com os palestinianos deixou de ser uma prioridade do governo israelita, pelo menos até às próximas eleições em março.
O fórum Saban deste fim de semana, em Washington, ilustrou o impasse atual, ao reunir responsáveis americanos e israelitas para discutir as relações bilateriais.
Uma oportunidade para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Nethanyahu de acusar os palestinianos do fracasso das negociações, numa intervenção previamente gravada.
Já para o responsável da diplomacia norte-americana, John Kerry, “o impasse é insustentável e as alternativas à paz não são viáveis nem aceitáveis. Isto não pode continuar. Há demasiados mortos israelitas e palestinianos e temos que fazer tudo para evitar mais vítimas inocentes e acalmar a tensão atual”.
O encontro serviu antes de mais para tentar dissipar a tensão entre Washington e Israel e defender a aliança militar entre os dois países.
Um argumento primordial para Hillary Clinton, na reta da campanha para as presidenciais de 2016.
“É importante prosseguir o apoio institucional dos Estados Unidos a Israel, independentemente da liderança do país, dos militares e das forças de segurança”, afirmou Clinton.
Do lado israelita, o encontro serviu para que o atual governo recordasse a sua posição cada vez mais inflexível quanto à presença, a longo prazo, das suas forças militares nos territórios palestinianos.
Um discurso de campanha quando Nethanyahu dissolveu recentemente o executivo, após demitir dois ministros centristas, à espera de poder formar um novo governo, mais à direita, em março.