Israel decidiu atrasar a transferência de impostos que cobra a favor dos palestinianos em retaliação contra o pedido de adesão da Palestina ao Tribunal Penal Internacional e a intenção de apresentar queixa por crimes de guerra contra Israel.
Em causa 106 milhões de euros relativos ao IVA e direitos alfandegários sobre mercadorias levadas para os territórios palestinianos e que passaram por Israel.
Numa primeira reação ao pedido de adesão da Palestina ao TPI, o primeiro-ministro israelita garantiu que “não vai deixar que os soldados israelitas sejam levados ao Tribunal de Haia”. Benjamin Netanyahu afirmou ainda que quem deviria ser levado à justiça eram os responsáveis da Autoridade Palestiniana que dão apoio ao Hamas”.
Netanyahu disse mesmo se os Palestinianos escolherem o confronto, o governo de Telavive pode mesmo avançar com processos contras os líderes palestinianos por crimes de guerra.
Do outro lado, a reação também não é pacífica. Wassel Abu Youssef, membro da Autoridade Palestiniana afirmou que “os líderes palestinianos e o povo palestiniano não vão desistir dos principais objetivos em troca de dinheiro: o direito à liberdade e à independência, o direito de voltar a ter um Estado Palestiniano com Jerusalém como capital”.
Recorde-se que Israel já tinha atrasado os pagamentos dos impostos noutras ocasições, por exemplo, em novembro de 2012 quando os palestinianos conquistaram uma votação nas Nações Unidas reconhecendo a Palestina como estado não-membro.
As receitas fiscais constituem dois terços do orçamento anual da Autoridade Palestiniana, excluindo a ajuda externa.