Partir
sim, mas partir realmente,
definitivamente,
cobra que deixa a pele já crestada dos sóis
e se empoleira nas árvores como um pássaro
Partir
que os hotéis de luxo têm seus quartos guardados para mim,
e os salões embandeirados de luz
esperam-me
Partir para Jungfraus e Niagaras,
e à noite embriagar-me entre cristais e mulheres!
Depois,
raspar com as unhas no chão e enterrar-me,
deixando os olhos de fora
para que neles poise
o último orvalho da manhã.
João José Cochofel