Vive dentro de mim, como num rio,
Uma sereia, esquiva e rara,
Num borbulhar de argênteos flocos, lara
De cabelos negros de corpo alvo e quente.
Entre as ninféias a namoro e espio:
E ela, do espelho móbil da onda clara,
Com os pretos olhos úmidos me encara,
E oferece-me o seio alvo e macio.
Precipito-me, no ímpeto de esposo,
Na desesperação da glória suma,
Para a estreitar, louco de orgulho e gozo...
E nos meus braços a ilusão se esfuma:
É a sereia , exalando um ai piedoso, Num canto abrasador, entorpecido
Desfaz-se em pérolas de espuma
Iara Leva meu coração em conchas...