Ambas as partes querem que o processo de divórcio seja o menos litigioso possível. Foi esta a mensagem deixada pelo primeiro-ministro britânico e pelos restantes líderes europeus no final do primeiro dia de Cimeira extraordinária após o referendo sobre o Brexit.
Na conferência de imprensa final, David Cameron explicou que “enquanto procuramos a melhor parceria possível depois da saída da União Europeia, é impossível ter todos os benefícios de um Estado-membro, sem os custos. Isso é algo que o próximo governo vai ter pensar cuidadosamente”.
David Cameron deixa assim claro que este é um processo em que não vai participar. Ou seja, continua a não existir data exata para a entrega do pedido de saída, o já famoso, artigo 50 do Tratado Europeu.
De qualquer forma, presidente da Comissão já apontou alguns prazos limites.
“Se o novo primeiro-ministro for defensor da manutenção, o artigo 50 deve ser invocado no máximo até duas semanas após a eleição, se for defensor do Brexit, deve ser invocado no dia a seguir à eleição, não entendo a falta de entendimento do lado do Brexit”, sublinhou Jean-Claude Juncker.
Juncker garantiu ainda que o objetivo é defender os interesses, sobretudo dos cidadãos europeus.
A correspondente da euronews em Bruxelas explica que “depois do ponto de situação feito por David Cameron, a Cimeira continua esta quarta-feira apenas com 27 estados-membros. Os líderes vao começar uma reflexão sobre o tipo de relação que querem ter com o Reino Unido no futuro, mas também sobre como manter a União coesa, para evitar que mais paises queiram sair”.