O vídeo agora divulgado pelo grupo terrorista Boko Haram foi, para muitos pais, a primeira oportunidade de ver as filhas desde que foram raptadas no nordeste da Nigéria, em abril de 2014.
Apesar da situação, o vídeo é uma prova de as estudantes, pelo menos as que aparecem, estão vivas e aparentemente bem de saúde. Dorcas, filha do casal Yakubu, é a única que fala no vídeo: “Desde que raptaram as raparigas, esta é a primeira vez que a vemos. Vimo-la falar, por isso estou muito feliz”, diz Kawo Yakubu, pai de Dorcas.
Das 276 estudantes raptadas numa escola há mais de 2 anos, 218 continuam em cativeiro. Das outras, algumas conseguiram escapar, outras morreram em bombardeamentos e outras foram vítimas de casamentos forçados, segundo a rapariga conta no vídeo: “Se o governo da Nigéria tivesse feito alguma coisa, teriam salvo, nem que fosse uma delas. Mas nenhuma foi resgatada. Algumas conseguiram resgatar-se a elas próprias, não foi nenhum governo nem nenhum exército a fazê-lo”, diz a mãe de Dorcas, Esther Yakubu.
O grupo extremista Boko Haram está há sete anos a espalhar o terror na Nigéria e vários países vizinhos. A guerra que opõe o governo a este grupo já fez 20.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados.