Com Rodrigo Barbosa, Lusa e Reuters
O presidente dos Estados Unidos disse que a Birmânia deverá beneficiar, “em breve” do levantamento de sanções económicas impostas por Washington, implementadas como protesto contra junta militar no poder.
Foi depois de um encontro com a Conselheira de Estado e Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, que o presidente dos EUA anunciou que o seu país se encontra “pronto” para o levantamento das sanções.
O país do sudoeste asiático, com mais de 50 milhões de habitantes, encontra-se atualmente num processo de transição democrática, depois de décadas de isolamento internacional.
No passado mês de agosto, o país foi palco de um processo inédito, com o objetivo de deixar no passado décadas de conflito. A abertura das negociações de paz foi marcada pela presença do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon.
Historic day as Aung Sang Suu Kyi – once a prisoner in her own country – came to Oval Office as its elected leader. pic.twitter.com/sYJm8wEn4L— Ben Rhodes (@rhodes44) 14 September 2016
A Birmânia beneficiará novamente das preferências tarifárias reservadas aos países menos avançados, igualmente suspensas durante o período da ditadura militar.
Quase meio século de regime militar
A Birmânia conseguiu a independência do Reino Unido em 1948 e sofreu um golpe de Estado militar em 1962.
O país, tem, desde então, sido palco de conflitos internos, com diferentes grupos étnicos em permanente tensão, buscando uma maior autonomia face a um poder central pelo qual se sentem ignorados.
Em 1989, na sequência do golpe levado a cabo pelo general Saw Maung, o país passa a chamar-se oficialmente União de Myanmar.
O Executivo dos EUA tomou, recentemente, um conjunto de decisões no sentido de uma aproximação com a Birmânia, reduzindo nomeadamente os entraves à cooperação nos setores bancário, mineiro e madeireiro.
No entanto, Washington decidiu manter uma lista negra com mais de 100 pessoas acusadas de ligações com o antigo poder militar.