Refugiados menores desacompanhados representam o maior drama na Grécia

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A Grécia enfrenta o desafio sem precedentes de acolher e tentar proteger milhares de crianças – desde recém-nascidos a adolescentes – que chegam desacompanhadas ao país. As razões pelas quais estão sozinhas variam. Muitas perderam os pais durante a viagem, outras são enviadas para fugir de uma guerra e em busca de um futuro melhor.

Mais de 3.700 crianças, não acompanhadas, foram registadas na Grécia, nos primeiros seis meses do ano. Quatro vezes mais do que em igual período de 2015. Esta vaga de refugiados menores apanhou de surpresa o país que não consegue dar-lhes a segurança de que precisam. Uma parte deles vive no polémico centro de detenção Amydgaleza, em Atenas:

“As condições lá eram muito perigosas, é muito mau. Os sírios estão sempre a lutar, a beber, a partir vidros, fazem o que querem e a polícia não diz nada”, desabafa Shajad, um dos jovens refugiados, afegão.

Muitas vezes deixados ao abandono, porque o sistema não estava preparado para recebê-los, acabam por ver-se envolvidos em casos de violência.

Viver num país estrangeiro, sem apoio, sem rede, como se costuma dizer, sozinhos, torna tudo mais difícil e aumenta os perigos para estes menores, sem norte. Amydgaleza não é a melhor solução mas os campos de refugiados também não:

“Era muito perigoso e também difícil de seguir as estritas regras. No campo não tinha tanto medo mas também era perigoso”, diz Tacha, de 15 anos. Ele veio do Afeganistão. Esteve dois meses na Turquia antes de ir de barco para Samos. Quer ir para a Alemanha, ser mecânico.

Mas entre os sonhos e a realidade há o crime organizado e o tráfico de que muitas destas crianças são vítimas. A Fundação Bodassaki tenta ajudá-las a encontrar um novo rumo:

“Muitas dessas crianças vieram a pé dos seus países, atravessaram o deserto, caminharam através das montanhas, viajaram pelo mar. Todas elas testemunharam ou foram vítimas de violência, por isso é fácil compreender o grande trauma que as segue. Quando chegam aqui, estão feridas e é muito importante oferecer-lhes um ambiente terapêutico, saudável e alegre”, refere Sofia Kouvelaki, da Fundação Bodossaki.

“Começamos pelo básico: fazê-las entender que aqui não somos polícias, que elas são livres, que têm uma oportunidade de recomeçar. Que vão à escola e que têm o direito às suas atividades, fora da escola”, explica o assistente social Fotis Parthenidis.

Uma percentagem significativa dos refugiados que chegam à Grécia são menores. A situação preocupa as Nações Unidas, principalmente, a daquelas que estão sozinhas:

“Não terem os pais, faz com que, automaticamente, estejam em situação de maior risco. Estão muito expostas a possíveis explorações e situação de constante violência. Elas precisam de todo um sistema de assistência e apoio e planos para apoiar o seu futuro”, adianta Giovanni Lepri, representante da UNHCR na Grécia.

A situação é dramática. No início de setembro, quase 1500 crianças desacompanhadas estavam em lista de espera para encontrar um

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