Com Reuters e Associated Press
A família de Keith Lamont Scott, um homem de 43 anos e pai de sete filhos, abatido pela polícia em Charlotte, estado norte-americano da Carolina do Norte, divulgou um vídeo de dois minutos com o momento dos disparos.
O documento foi publicado na edição digital do diário norte-americano New York Times
O vídeo foi gravado pela própria mulher, Rakeyia Scott, enquanto explicava às autoridades que Keith sofria “de problemas cerebrais” e exigia aos agentes que não disparassem sobre ele.
Os agentes terão confrontado Scott durante uma operação num parque de estacionamento de um complexo de apartamentos, segundo um comunicado de imprensa divulgado pela polícia de Charlotte-Macklenberg e divulgado pelos media locais na rede social Twitter.
Segundo a família de Scott, este encontrava-se desarmado no momento em que foi abatido pelos agentes. A polícia de Charlotte-Macklenberg insiste em que este representava, no momento do ocorrido, “uma ameaça para os agentes” que “mais não fizeram do que proteger-se.”
Polícia diz que Scott representava “uma ameaça”
No vídeo dado a conhece pela família de Keith Scott, no entanto, não é possível ver qualquer arma em poder da vítima. A polícia já disse, por seu lado, que tem em seu poder imagens feitas com as câmaras dos agentes, imagens que provam que a versão da família “está errada.”
No entanto, o chefe da polícia de Charlotte, Kerr Putney, recusa-se a divulgar as imagens, apesar das pressões que o departamento da polícia da mais importante cidade da Carolina do Norte tem vindo a sofrer.
A candidata Democrata às presidenciais de novembro, Hillary Clinton, juntou-se às vozes dos protestos e exigiu que as imagens que a polícia diz ter em seu poder fossem dadas a conhecer ao público.
Segundo o grupo Mapping Violence, que regista casos de brutalidade policial nos Estados Unidos, mais de 800 pessoas terão morrido às mãos dos corpos de polícia dos diferentes estados.
*O mesmo grupo diz que, do total, 214 são cidadãos afro-americanos.*No ano passado, 346 negros terão morrido em circunstâncias semelhantes. Em 97% dos casos, os agentes envolvidos não foram formalmente acusados pelas autoridades por qualquer tipo de crime.
Mapping Police Violence,
created by samswey, deray, MsPackyetti and others.https://t.co/2Y7HeVzY4d pic.twitter.com/XHFoK2lF1a— Emily Kirkegaard (ThisMedievalLyf) 7 July 2016
A Organização Não Governamental Amnistia Internacional, que luta pelos Direitos Humanos em todo o mundo, tem condenado as práticas da polícia nos Estados Unidos.
A Amnistía Internacional tem vindo a pedir ao Governo Federal dos EUA que publique e divulgue dados sobre a brutalidade policial no país, especialmente no que diz respeito às mortes de pessoas durante confrontos com agentes.
A organização condena ainda o uso excessivo e desnecessário da força por parte das autoridades policiais nos EUA, assim como o que define como a “militarização das forças de polícia locais”.