As autoridades de Charlotte, na Carolina do Norte, levantaram o recolher obrigatório que tinha sido imposto no início das manifestações pela morte de um homem às mãos da polícia.
Na noite de domingo para segunda, as manifestações repetiram-se, mas desta vez foram mais pacíficas e sem incidentes. São protestos movidos sobretudo pela comunidade negra à qual pertencia a vítima, Keith Scott, de 43 anos. É um de muitos casos semelhantes ocorridos nos últimos tempos nos EUA.
‘Estamos aqui por causa da quebra na confiança entre a polícia e a comunidade. O que queremos é que a polícia aja connosco da mesma forma que com todos os outros cidadãos’, diz Lorenzo Mack, participante no protesto. ‘Estou aqui em apoio à Black Lives Matter. Queremos o vídeo completo, exigimos que a polícia o divulgue’, diz Belle Soney, outra manifestante.
A polícia divulgou um vídeo que mostra o momento do tiroteio. Não é percetível se Scott estava, ou não, armado. A polícia mantém a versão de que estaria armado e divulgou a imagem de uma pistola encontrada no local do crime e de um coldre que Scott teria no tornozelo. Alega que Scott estava a enrolar um “charro” quando foi abordado pela polícia.
Scott foi um dos 214 negros mortos pela polícia norte-americana este ano, o que tem provocado a indignação da comunidade, neste e outros casos. No entanto, segundo a associação Mapping Police Violence, os negros representam apenas cerca de um quarto das vítimas mortais da violência da polícia nos Estados Unidos, este ano – um total de 821. O polícia autor do disparo fatal é igualmente negro – O que dificulta a tese do crime racista.