Mais de dois anos depois de o presidente Barack Obama ter iniciado uma campanha para normalizar as relações com Cuba, os resultados em termos de reforço dos laços económicos entre os dois países ainda são muito ténues por causa do embargo que o Congresso, dominado pelos republicanos, recusa levantar. As eleições presidenciais nos Estados Unidos acrescentam ainda mais incerteza sobre o futuro das relações entre Washington e Havana.
Segundo Rodrigo Mamierca, ministro do Comércio Externo cubano: “Cuba tem vontade de avançar rumo à normalização das relações com os Estados Unidos, mas lamentamos que continuem a apostar em tentar mudar o modelo económico e social que o povo cubano escolheu livremente, adotando medidas que têm um declarado propósito político e de ingerência”.
A economia cubana deverá crescer este ano menos de 1%, bem abaixo dos 4% de 2015 e necessita do investimento estrangeiro para prosseguir com as reformas em curso. A América pode ser um investidor de peso. Como explica Reuben Smith-Vaughn, porta-voz da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, “independentemente do candidato que vença as presidenciais, em última análise, o embargo é um assunto do Congresso. Portanto, vamos ter de continuar a conversar de uma forma pragmática com os congressistas para explicar porque é que o embargo já não é um instrumento eficaz”.
Quando passou recentemente pela Florida, onde há uma importante comunidade cubana, Donald Trump ameaçou anular as ordens executivas de Obama e reforçar o embargo ao regime. Já Hillary Clinton, que defende a normalização das relações com Cuba, promete continuar o trabalho iniciado por uma administração de que também fez parte.