Com agências
Houve manifestações nas principais cidades turcas contra a detenção de vários militantes do partido secularista, de esquerda e pró-curdo HDP ou Partido Democrático dos Povos.
Entre os detidos no quadro de uma investigação que Ancara define como “relacionada com atividades terroristas” encontram-se os dirigentes do partido, Selahattin Demirtas e Figen Yüksekdag.
Foram emitidos pelo menos 12 mandados de detenção para membros do HDP.
Mahsuni Kahraman, o advogado de Demirtas, leu esta sexta-feira aos jornalistas uma carta do líder agora detido, na qual explica que enfrentam “enfrentam uma nova fase do golpe levado a cabo pelo governo e pelo presidente Tayyip Erdogan”.
“Os meus amigos e eu continuaremos a lutar contra este golpe. Queremos que as pessoas saibam que lutamos pela liberdade, pela democracia e pela paz.”
Todos os membros do HDP detidos pelas autoridades negam ter participado no que Ancara define como “atividades de propaganda para militantes contra o Estado turco.”
Negam ainda qualquer laço com o PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, considerado como uma organização terrorista pela União Europeia, NATO/OTAN e pelos Estados Unidos.
Os membros do HDP foram detidos depois de recusarem prestar depoimento de forma voluntária, como pedido pela justiça turca e depois de ter-lhes sido levantada a imunidade parlamentar em maio.
Foram detidas dezenas de pessoas em manifestações um pouco por toda a Turquia.
Na capital Ancara, a polícia chegou mesmo a utilizar canhões de água para dispersar os manifestantes.
A União Europeia e os Estados Unidos condenaram as detenções, vistas como parte dos ataques contra qualquer opinião contrária ao presidente Recep Tyyip Erdogan, seja no plano político, mediático ou legal.