A rápida retirada de circulação da nota de maior valor na Venezuela e o atraso na introdução de novas denominações motivou manifestações de cólera em vários pontos do país, degenerando por vezes em pilhagens e confrontos com as forças de segurança.
O presidente Nicolas Maduro surpreendeu, no passado domingo, com o anúncio do abandono, no espaço de apenas três dias, das notas de 100 bolivares (cerca de 15 cêntimos de euro), usadas em 75 por cento das transações em numerário do país.
Milhares de venezuelanos precipitaram-se, muitos sem sucesso, para tentar depositar ou trocar as notas retiradas nos bancos.
Na tarde de ontem, uma mulher explicava que estava na mesma fila há um dia, “sem tomar pequeno-almoço ou almoço, por causa de notas que ninguém quer aceitar”.
Os venezuelanos têm até ao dia 20 para entregar as velhas notas de 100 bolivares, que não são aceites desde segunda-feira na maioria dos comércios. As novas notas de 500 bolivares e moedas de 10, 50 e 100 bolivares, prometidas para esta quinta-feira, ainda não entraram em circulação e a falta de liquidez está a inflamar o movimento de contestação.
O país acumula, em 2016, uma inflação vertiginosa de 475 por cento, segundo o Fundo Monetário Internacional.