Pelo menos 42 migrantes ilegais tiveram de receber tratamento no hospital de Nova Gradiska, no sul da Croácia, entre eles 16 em estado grave devido a intoxicação com monóxido de carbono e hipotermia.
Os migrantes faziam parte de um grupo de 67 pessoas, oriundas na maioria do Afeganistão e do Paquistão, a viajar de forma clandestina presume-se que rumo a Itália ou à Áustria, via Eslovénia, e estariam a sufocar devido a gases acumulados na caixa fechada do furgão em que viajavam, apertados e escondidos, quando a polícia croata intercetou a carrinha no sábado à noite.
Police find 63 migrants freezing & starving in van near Croatia's Novska, 14 hospitalised suffering carbon monoxide poisoning, four critical pic.twitter.com/y84isVi9EF— Balkan Newsbeat (@BalkanNewsbeat) 18 de dezembro de 2016
“Alguns deles estavam inconscientes e outros vomitaram quando foram descobertos”, revelou o ministro da Saúde croata Milan Kujundzic, citado pela agência de notícias croata Hina.
O ministro do Interior recusou usar o termo “migrantes”, preferindo falar de “pessoas que entraram ilegalmente na República da Croácia”. “Depois de serem assistidos de forma humana, eles irão ser reenviados para o país de onde entraram na Croácia”, explicou domingo Vlaho Orepic, sublinhando a eficiência desta operação policial por oposição à aposta da Hungria no levantamento de uma cerca na fronteira.
Embora a fronteira mais próxima de Nova Gradiska seja a da Bósnia e Herzegovina, presume-se que este grupo de migrantes tenha entrado na Croácia pela Sérvia.
Os sessenta e sete migrantes ilegais viajavam apertados na caixa fechada desta furgoneta. Quando detiveram a carrinha e abriram a porta traseira, saiu fumo da caixa traseira, onde viajavam apertados os migrantes.
As autoridades suspeitam que a sobrelotação da carrinha levou os pneus a queimar e a libertar fumo, que se cumulou dentro da caixa fechada, sufocando os passageiros clandestinos.
Dois cidadãos búlgaros foram detidos pela polícia croata sob suspeita de fazerem parte de uma rede internacional de facilitadores de migração ilegal do Médio Oriente para a Europa através da região dos Balcãs.
Entre os 67 migrantes ilegais descobertos na carrinha não havia mulheres, mas havia vários rapazes com idades entre os 10 e os 15 anos. Alguns haviam costurado forros falsos nos casacos, onde transportavam o dinheiro com que estariam a pagar a viagem.
Estima-se que 650 mil migrantes tenham atravessado a Croácia desde setembro do ano passado até março deste ano, altura em que a chamada rota dos Balcãs foi em grande parte fechada pelo levantamento de vedações em várias fronteiras.
Estes obstáculos levaram muitos migrantes a procurar a ajuda de traficantes e facilitadores de travessias clandestinas de fronteiras, a troco de significativas quantias de dinheiro, com o intuito de prosseguirem viajem rumo ao centro da União Europeia, nomeadamente à Alemanha.