Com a abstenção dos Estados Unidos, um dos cinco membros com poder de veto, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou esta sexta-feira uma resolução que obriga Israel a pôr fim “de imediato e por completo a toda a atividade dos colonatos nos territórios ocupados da Palestina, incluindo em Jerusalém Oriental”.
As Nações Unidas consideram a implementação destes colonatos por Israel ilegal e “constituindo uma flagrante violação, de acordo com a lei internacional.”
BREAKING: US allows UN Security Council to condemn Israeli settlements as having 'no legal validity.'— The Associated Press (@AP) 23 de dezembro de 2016
A resolução foi proposta para votação pelo Egito, mas perante o recuo egípcio na quinta-feira devido a pressões de Israel e de Donald Trump, o Presidente-eleito dos Estados Unidos, quatro outros membros — Malásia, Nova Zelândia, Senegal e Venezuela — insistiram na colocação da resolução a votação esta sexta-feira pelos 15 membros do Conselho de Segurança.
A resolução necessitava apenas de nove votos a favor e nenhum veto por parte dos cinco membros permanentes: China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos. Com a abstenção norte-americana, a resolução foi aprovada com 14 votos a favor e marca uma viragem extrema na relação diplomática entre Washinton e Telavive, colocando mais um problema à Adminsitração Trump, que toma posse a 20 de janeiro.
Applause erupts after UN #SecurityCouncil passes first resolution on #MiddleEastPeaceProcess in 8 years. pic.twitter.com/mZcn1OXSnZ— NZ Mission to the UN (NZUN) 23 de dezembro de 2016
Foi a primeira resolução adotada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, em mais de setenta anos, em relação ao conflito que opõe Israel e a Palestina.
Ao longo do dia, perante a alegada intenção do Estados Unidos se absterem na votação da resolução, surgiram várias manifestações a apelar à oposição norte-americana a esta resolução.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o Presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, terão ambos pedido à representação norte-americana no Conselho de Segurança para vetar a resolução.
A ainda Administração liderada por Barack Obama não vacilou e manteve a esperada abstenção, através do voto da embaixador dos EUA na ONU, Samantha Power.
Breaking News: The U.S. abstained in a UN vote against Israel’s settlement policy https://t.co/IXr5bnka7c— The New York Times (@nytimes) 23 de dezembro de 2016
Embora, na prática, esta resolução vá ter pouco efeito no terreno, até porque o próximo Presidente norte-americano a deverá ignorar e continuar a apoiar Israel, a verdade é que resulta numa demonstração oficial de desaprovação da comunidade internacional em relação à política de colonatos de Israel nos territórios ocupados da Palestina e reforça as reclamações de soberania dos palestinianos.
As reações da oposição não se fizeram esperar. Pelo Twitter, o senador texano Ted Cruz repartilhava e apoiava o comunicado emitid