As decisões mudam a cada hora. O governo romeno está sob enorme pressão.
No domingo suspendeu o decreto que “despenalizava” a corrupção nos cargos públicos depois das manifestações populares. Mas não o anulou. O ministro da justiça de Bucareste disse que se ia afastar, mas afinal não se afastou e agora está a preparar um novo projeto de lei.
O partido mais votado nas ultimas eleições, o PSD, reafirmou esta segunda feira o total apoio ao primeiro-ministro, apesar de continuarem os protestos nas ruas da capital.
Laura Stefan, coordenadora do departamento anti-corrupção do centro Expert Forum Research acredita que “há várias tentativas, em vários países, para tentar erradicar altos responsáveis, sobretudo políticos, com problemas com a justiça. Aqui temos um caso extraordinário de Berlusconi, em Itália, que tentou, através de todos os meios legais, criar imunidade para pessoas como ele. Os políticos tentam este tipo de “truques” em todo o lado- ainda que existam países onde a corrupção não é bem aceite pelos cidadãos, como nos países nórdicos- mas há muitos países onde isto acontece. É uma luta constante entre aqueles que querem que a corrupção seja punida e os que querem acabar com acusações por corrupção.
Recorde-se que diploma descriminalizaria o abuso de poder e o enriquecimento ilícito envolvendo valores até aproximadamente 45 mil euros e seria aplicado retroativamente.
Mesmo com a suspensão do decreto, os romenos parecem não confiar, e continuam a juntar-se e a manifestar-se todos os dias no centro da capital do país.