“Uma ocasião única”. Foi assim que o emissário especial da ONU para as conversações de paz no Chipre se referiu às negociações sobre a reunificação da ilha, que recomeçam esta quarta-feira, na Suíça.
Espen Barth Eide, que diz acreditar numa possível solução para o conflito que dura há mais de quarenta anos, declarou, em conferência de imprensa:
‘‘Prefiro falar desta oportunidade como sendo única, não como sendo a última. Penso que a ocasião é única e seria bastante triste se fosse desperdiçada. Julgo, francamente, que isso é reconhecido por todos os participantes.”
A conferência de Crans-Montana começa com a abordagem de uma das questões mais difíceis, onde o desacordo entre a Grécia e a Turquia é profundo: as garantias e a segurança num Chipre reunificado.
As duas partes não cedem nas respetivas posições: os cipriotas turcos insistem que o futuro Estado federal de Chipre deverá manter a Turquia como país garante; os cipriotas gregos continuam a não querer ouvir falar sobre essa possibilidade.
Fay Doulgeri, da redação de Atenas da euronews explica que ‘‘As negociações na Suíça começam sem um documento comum. O enviado especial das Nações Unidas para o dossiê, Espen Barth Eide, retirou o documento no último minuto, enfatizando que as discussões começam a partir do ponto em que ficaram na última ronda. O ministro grego Nikos Kotzias disse, através das redes sociais, que documento foi retirado pelas Nações Unidas porque era parcial.’‘
O objetivo é chegar a um acordo de base para a reunificação de Chipre, com a criação de uma federação com dois estados constituintes — um cipriota grego e outro cipriota turco — com uma única soberania, cidadania comum e uma única personalidade internacional.
O Chipre, dividido desde 1974, é membro da União Europeia desde 2004.