Bruxelas tolerou o "cartel alemão"?

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A Comissão Europeia afirma estar a examinar as acusações de práticas anticoncurrenciais por parte dos gigantes da indústria automóvel alemã, reveladas na semana passada na imprensa.

No entanto, segundo o jornal Suddeutsche Zeitung, Bruxelas estaria ao corrente desde há três anos desta situação, sem ter aberto um inquérito.

O jornal indica que a Daimler teria sido a primeira empresa a confessar as irregularidades para tentar evitar uma multa.

O conselho de supervisão da Volkswagen reuniu-se ontem de emergência para analisar a situação, optando pelo silêncio e defendendo a cooperação entre companhias rivais face às acusações.

A empresa teria igualmente confessado a Bruxelas situação de cartel em 2016.

O líder do executivo regional da Baixa Saxónia, Stephan Weil, afirma ainda estar à espera de uma clarificação:

“A questão principal é a de saber se estamos a falar de discussões legais entre concurrentes e acordos entre empresas do setor automóvel, ou, pelo contrário, de um acordo ilícito e restritivo?”.

Segundo a revista Der Spiegel, Volkswagen e Daimler, assim como Audi, Porsche e BMW teriam formado um cartel desde os anos noventa para concertar preços de componentes de automóveis, como os sistemas de redução da poluição dos veículos a gasóleo.

A Comissão Europeia defende-se das acusações de falta de ação, afirmando que várias investigações estão em curso sobre cartéis na indústria automóvel, sem explicitar se visam os gigantes alemães.

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