Dirigentes do Benfica acusados de corrupção a favor do clube, mas interpretação da lei protege encarnados

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O Benfica tem escapado aos julgamentos em casos de corrupção que beneficiaram o clube da Luz, apesar da condenação recente do ex-assessor jurídico Paulo Gonçalves e da ida a tribunal do empresário César Boaventura. Os argumentos legais levantam dúvidas.
A explicação dada pelas procuradoras da Unidade Regional do Norte do Departamento Central de Investigação e Ação Penal para não acusar o Benfica é simples: os clubes só são criminalmente responsáveis quando os crimes são cometidos em seu nome e no interesse do clube por pessoas que ocupem uma posição de “liderança”. Segundo as procuradoras, Paulo Gonçalves era um mero “assessor”, enquanto César Boaventura um “empresário” que tinha amizade com o ex-presidente encarnado Luís Filipe Vieira.
Isto é, não colhe a ideia do Ministério Público em tribunal de que o Benfica, os seus dirigentes e funcionários “de topo”, saberiam ou teriam mandato Gonçalves ou Boaventura para corromper adversários ou funcionários judiciais, mesmo que esses atos tenham beneficiado o clube lisboeta.
O empresário do mundo do futebol César Boaventura foi acusado pelo Ministério Público (MP), esta segunda-feira, de três crimes de corrupção ativa e um crime de corrupção ativa na forma tentada. Segundo argumenta o MP, Boaventura terá tentado aliciar jogadores do Rio Ave e do Marítimo para prejudicarem as equipas em jogos contra o Benfica na época 2015-2016.
Esta terça-feira, ficou também a saber-se que Boaventura vai ainda a julgamento responder por suspeitas de burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais no âmbito da Operação Malapata.
O ex-assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves foi condenado a dois anos e seis meses de prisão, com pena suspensa, por corrupção no julgamento do processo E-toupeira.

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