Município de Linhares (Província do Espírito Santo -1886)

Memória Capixaba 2024-05-14

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Posição - Na latitude de 19°21'30" e na long. de 30°9'57" do Observatório do Rio de Janeiro está localizada, à margem Norte do Rio Doce, distante 8 léguas da foz do referido rio, a vila de Linhares, título este de seu primeiro fundador (*), a qual foi elevada à categoria de vila em 2 de Abril de 1839, da qual foi despojada em 1841 pela lei que felizmente não foi sancionada pelo Presidente da província.

A vila está situada sobre um planalto que se estende até o mar em rumo LS., cortado por diversas lagoas que se intitulam "Aviz", onde há uma pequena povoação que comercia com esta vila em razão de sua proximidade, pois apenas dista 1/4 de légua. Além disso, há outras lagoas, como as do Meio, do Braz, do Testa, do Ururáu, do Campo, das Piábas, do Delphino e mais quatro que não mencionamos por desconhecer seus nomes.

Estas lagoas comunicam-se entre si e deságuam no rio "Ypiranga" na costa do mar em rumo Leste, sendo quase todas parcialmente habitadas, possuindo em suas matas toda espécie de caça e em suas águas toda qualidade de peixes.

As ruas desta vila, em número de 5, e diversas travessas compõem-se de 53 casas, sendo cobertas de telhas 23, incluindo um sobrado e 3 assobradadas, e mais 30 de palha, incluindo neste número a casa da Câmara, Quartel e Cadeia há tantos anos!!!

Existe pouco distante da vila o cemitério, recentemente construído pela Câmara Municipal.

Salubridade - O município é geralmente saudável, ocorrendo apenas durante os períodos de enchentes alguns casos de febres intermitentes, quando o rio alaga suas margens, os quais cedem à primeira aplicação de quinino.

Juparaná Grande - Esta lagoa é um perfeito mar de água doce, contendo em sua margem Sul uma pequena lagoa que se comunica com esta e é chamada "Paus", de pouca extensão. A lagoa Juparaná tem aproximadamente 4 a 5 léguas de comprimento em toda sua extensão e uma de largura na barra, e dali um quarto pouco mais ou menos até o fim, tendo capacidade para navios de grande calado. Suas matas, colinas altaneiras e de uma vegetação luxuriante, prestam-se a toda sorte de culturas, incluindo o café, e em suas margens toda sorte de caça e em suas águas diversas espécies de peixes, que servem de nutrição a quase todos os que nela habitam.

Sesmarias - De 1814 a 1831 foram concedidas no Rio Doce, 80 e tantas, conforme o Dicionário do Dr. Cezar Marques, tendo poucas cultivadas.

População - A do último recenseamento, com pequenas alterações, é de 1.863 almas.

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