Desde 1951 dedicados à divulgação das danças, dos cantares, dos usos e dos costumes de uma região, toda ela enraizada, em termos folclóricos, na velha Alta Estremadura. Somos de uma parcela deste nosso Portugal metida entre Leiria e Coimbra, quase que como uma fronteira entre dois viveiros tão distintos, com costumes, usos, cantares e dançares tão diferentes. Lá dos lados do nascente, a vetusta Serra da Sicó. E para poente, esse mar salgado que sempre vai beijando os areais que são nossos. E do Sul, são as freguesias de Vermoil e das Meirinhas. Lá fomos recolher os nossos primitivos trajos e os primeiros cantares. E para Norte está Redinha, histórica, cheia de reminiscência. E ao olharmos de novo esta serra, esta nossa parede-mestra, sentimos para lá dela, mas bem pertinho de nós, a velhinha Abiul, cheia de tradições, rica de património secular. E com as suas touradas, programa cativo das suas festas anuais, vem ela atraindo a si milhares de aficionados vindos de toda a parte. É a festa taurina por excelência. Nessa Abiul recolhemos nós a maneira de trajar, de cantar e de dançar. Andámos por Vale Rodrigo, pelos Azambujais, pelas FontaÃnhas. Riqueza recolhida, abalámos para a vizinha Vila Cã. E ali, continuámos a tarefa. Regressados à vila, demos um salto à Charneca, à Ranha. Quase que completámos o nosso património em cantares e dançares, em trajes que fomos renovando, dando-lhes mais verdade. E aqui estamos Rancho TÃpico de Pombal, lÃdimo representante do folclore desta velha região extremanha, por natureza, pelo coração, pelo que somos. E os quase 60 anos são anos de trabalho, de sacrifÃcio, de alegria, de tristeza, de altos e de baixos, de crises e de revitalizadas e pujante euforia. Gerações e gerações. Parece que cruzam nos altares as mãos e aos corações, e os que estão hoje, continuadores certo de uma história que é parte integrante da história de Pombal, das suas gentes, dos seus usos, dos seus costumes.