Liderar ONU: Georgieva é adersária de peso de Guterres

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Até agora grande favorito, o português António Guterres tem uma nova adversária de peso na corrida à liderança das Nações Unidas (ONU).

Kristalina Georgieva, a atual vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta do Orçamento e Recursos Humanos, foi nomeada, esta quarta-feira, pela Bulgária, que até agora apoiava Irina Bokova, que dirige a UNESCO.

Guterres, que foi Alto-Comissário da ONU para os Refugiados durante uma década (2005-2015), ficou em primeiro lugar nas cinco votações secretas dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU.

A 5 de outubro decorrerá mas uma votação para nomear o secretário-geral da organização, que substituirá Ban Ki-moon.

Nessa altura, cada um dos cinco países que são membros permanentes (China, Rússia, Estados Unidos da América, França e Reino Unido), e têm poder de veto, vão anunciar o nome que apoiam.

Mas o candidato deverá reunir no mínimo nove votos, isto é, conquistar, também, o apoio de pelo menos quatro dos restantes 10 membros não-permanentes (Angola, Egipto, Espanha, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Senegal, Ucrânia, Uruguai e Venezuela).

Portugal está “sereno”

O governo português diz estar confiante e sereno face ao desempenho de António Guterres em todo o processo desde fevereiro.

Em reação à Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que a candidatura de Guterres foi “transparente e a tempo”, por isso, vê esta nova candidatura com “serenidade”.

O Presidente de Portugal também reagiu aos jornalistas: “Por princípio, Portugal respeita e saúda todas as candidaturas. No entanto, eu tive um pouco aquela sensação de estar a ser corrida uma maratona e de repente aparecer um concorrente que entra nos últimos 100 metros para tentar ganhar a maratona”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Georgieva tem o apoio de Merkel

Kristalina Georgieva tem o importante apoio da chanceler alemã, Angela Merkel, e tem sido apontada como uma das personalidades que mais predicados reúne face aos apelos para que o próximo líder da ONU seja uma mulher e oriundo de um país da Europa de Leste (o que nunca aconteceu nos 70 anos da organização).

Além disso, como ex-alta funcionária de uma entidade da ONU – o Banco Mundial -, Kristalina Georgieva conhece bem os meandros da organização.

Questionada pela delegação em Bruxelas do site de notícias “Politico” sobre as suas qualidades para o cargo, Kristalina Georgieva disse que “olho para o mundo na sua complexidade. Tenho a capacidade de ver como as coisas estão interligadas”.

A Comissão Europeia concedeu uma licença sem vencimento à vice-presidente para esta poder candidatar-se à liderança das Nações Unidas, tendo a sua pasta sido atribuída, temporariamente, ao colega alemão, Gunther Oettinger.

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