Rosetta, a sonda espacial ou a crónica de uma morte anunciada depois de uma vida muito produtiva. A 30 de setembro, Rosetta despenha-se deliberadamente no cometa 67P, que investigou durante dois anos.
Os cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) declaram que o fim é inevitável. A 600 milhões de quilómetros do sol e alimentada à energia solar que agora lhe falha, o brilho da estrela científica permanecerá na informação recolhida e no espaço.
End of #CometLanding Collision Burn confirmed at 20:51:39 UTC, duration around 208s. Next stop #67P! ESA_Rosetta pic.twitter.com/plInSpVXcf— ESA Operations (esaoperations) September 29, 2016
Matt Taylor, director de projecto da ESA, explica: “Decidimos acabar a missão agora para usar a sonda enquanto ainda atinge a sua capacidade máxima. Posso fazer a analogia com uma banda de rock dos anos 60 ou 70: sabemos que há algumas que ainda fazem espectáculos e já não conseguem cantar, o reumatismo pode impedi-los de tocar bem os instrumentos, portanto queremos fazer isto com a estrela de rock que é a Rosetta, terminar enquanto está no máximo da capacidade.”
A missão de Rosetta começou em 2004. Percorreu 6 mil e 400 milhões de quilómetros até chegar ao cometa em 2014. Recolheu mais de 100 mil imagens e fez até a proeza de aterrar o robot Philae na superfície do cometa.
Os dados que recolheu serão estudados durante décadas, dizem os cientistas, uma vez que a informação científica obtida através de Rosetta não teve precedentes.