A nova ronda de negociações de paz sobre a Síria poderá terminar com uma declaração de intenções, mais do que com um compromisso concreto.
Ao segundo dia do encontro em Astana, no Cazaquistão, rebeldes e governo prosseguiam, esta manhã, as negociações através de intermediários, sem discussões diretas.
Para o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, é ainda cedo para falar de êxito ou de fracasso:
“Vamos ter mais notícias esta tarde, estamos ainda a trabalhar, por isso não posso ainda prever os resultados desta reunião”.
Turquia e Rússia, na origem da iniciativa, anunciaram que deverão submeter às duas partes uma declaração geral sobre a urgência de consolidar o cessar-fogo no território, em vigor desde o final do ano passado.
Se Damasco continua a exigir o desarmamento dos rebeldes para aprofundar as discussões, já a oposição rejeita um entendimento sem a suspensão imediata dos ataques do exército.
“Para já a discussão centra-se apenas no fim das hostilidades. Estamos a discutir os mecanismos de cessar-fogo e como implementá-los para podermos ver uma verdadeira trégua no terreno”, afirma Issam al-Rais, representante dos rebeldes.
Os dois campos permanecem igualmente divididos sobre a escolha dos mediadores, quando Damasco rejeita a mediação turca e os rebeldes a intervenção do Irão.
As conclusões do encontro em Astana deverão, em princípio, permitir a retoma das discussões em Genebra, sob os auspícios da ONU, a partir do dia 8 de fevereiro.