A Revolta dos 40 Praças do Corpo da Polícia do Espírito Santo (1897)

Memória Capixaba 2024-06-18

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O jornal *Commercio do Espírito Santo* relatou os acontecimentos sobre a revolta no quartel de polícia na cidade:

Às 23h15, aproximadamente, começou o levantamento de todos os soldados no quartel, com tiros e toques de corneta consecutivos. Um grupo de soldados percorreu as ruas e dirigiu-se à casa do comandante e, em seguida, à do major Plínio do Nascimento, incitando-o a assumir o comando do corpo.

Com o aumento dos tiros, os habitantes vizinhos ao quartel acordaram alarmados e incertos sobre o que ocorria. O público não sabia a causa da revolta; alguns acreditavam que nenhum oficial permanecia no quartel, enquanto outros achavam que os oficiais eram atacados à medida que chegavam. A primeira opinião, de que não havia oficiais no quartel, era a correta.

Um informante relatou que três soldados disseram que a revolta era contra os castigos bárbaros impostos aos recrutas e demais soldados pelo coronel comandante. Os soldados resolveram depô-lo para acabar com tais abusos.

Entre meia-noite e 1h30 da madrugada, o povo ficou ciente dos acontecimentos devido à algazarra dos soldados, cujos gritos eram inaudíveis além dos brados e apoios constantes. O movimento foi dirigido pelo 1º sargento Plínio e pelo 2º sargento Carvalho.

Às 6h, o batalhão policial, comandado pelo 1º sargento Plínio e tendo o 2º sargento Carvalho como porta-bandeira, percorreu as ruas com três soldados, nus da cintura para cima, apresentando sinais de espancamento nas costas. O batalhão dirigiu-se à casa do coronel Gameiro e, na volta ao quartel, passou em frente à casa do Sr. Cleto Nunes Pereira, que foi procurado para intervir e substituir o coronel Gameiro, com quem os soldados se recusavam a servir.

O Sr. Cleto respondeu que deveriam voltar ao quartel e, na ausência dos soldados, declarou que não tomaria providências, pois era uma questão dos soldados.

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